quinta-feira, 25 de março de 2010

inteligencia musical


08/05/2009 - 21:51 - Atualizado em 09/05/2009 - 00:00

Howard Gardner - “Não dou a mínima para a inteligência”

Para o psicólogo americano, o que vale é o que você faz de relevante com suas habilidades mentais

Copyright Elena Sender/Science et Avenir

Howard Gardner sacudiu o conceito de genialidade com a proposta de que existem vários tipos de inteligência, além daquela medida pelos testes de Q.I. Seu primeiro livro de impacto, publicado em 1983, propunha sete tipos de habilidade mental, que incluíam dotes artísticos, habilidades esportivas e até capacidade emocional. Mas Gardner vem incluindo outras categorias de mentes brilhantes, como explica a seguir.

ENTREVISTA – HOWARD GARDNER



QUEM É
Psicólogo americano da Universidade Harvard, de 66 anos, ficou conhecido pela teoria das inteligências múltiplas

O QUE PUBLICOU
Seu livro mais famoso, Frames of mind (na tradução do inglês Estruturas da mente), foi lançado em 1983

HABILIDADES MÚLTIPLAS
Aos 13 anos, era um excelente pianista e chegou a considerar uma carreira musical

ÉPOCA – O que todos os tipos de inteligência têm em comum?
Howard Gardner –
Uma categoria de inteligência pode ser parcialmente destruída ou mantida em isolamento por certas lesões cerebrais. Ou se expressar de maneira excepcional em um indivíduo prodígio. Essa inteligência comporta operações-chave. Por exemplo, a sensibilidade em relação a tons é uma das chaves da inteligência musical. A capacidade de imitar um movimento é a chave da inteligência corporal. Além disso, um tipo de inteligência progride ao longo do amadurecimento da pessoa. E podemos relacionar sua existência à evolução da espécie. Enfim, experiências na área da psicologia podem colocá-la em evidência, certos testes podem medi-la e podemos também mostrar que ela tem uma tendência natural a encarnar em sistemas simbólicos, como linguagem, notas musicais ou matemática.

ÉPOCA – Cada um tem a própria combinação de inteligências. Isso seria como uma impressão digital?
Gardner –
Nós nascemos com todas as inteligências. Depois, elas evoluem de forma mais ou menos pronunciada ao longo do desenvolvimento, formando nosso perfil de inteligência único. Assim, poderíamos falar de uma impressão cognitiva, mas essa é a única semelhança com a impressão digital. Se a impressão digital é imutável, o perfil cognitivo é modificável ao longo da vida. Ele é forjado pela hereditariedade, mas também pela experiência. Sabemos que os motoristas de táxi de Londres têm um hipocampo mais desenvolvido porque memorizam o mapa da cidade. Ou que os pianistas virtuosos têm desenvolvida a zona do córtex motor correspondente aos dedos mais importantes. Modificar nosso perfil poderá significar modificar nossas conexões neurais. Mas isso ainda precisa ser verificado.

ÉPOCA – Quem se opõe a sua teoria?
Gardner –
Os psicomotricistas, pois eles adorariam ter um teste simples para avaliar um perfil de inteligência. Mas isso não é possível. Um exemplo: se eu quiser testar sua inteligência interpessoal, precisaria prender você em um recinto onde se encontram mais pessoas que discordam entre si e observar sua capacidade de fazer com que dialoguem. Você não pode fazer isso respondendo sim ou não em um teste psicológico porque, nesse caso, não estaria testando aquela inteligência diretamente, e sim sua compreensão da linguagem.

ÉPOCA – O senhor não elaborou um teste?
Gardner –
Para avaliar as inteligências múltiplas, precisam ser criados instrumentos que examinem a inteligência por meio de ações. A inteligência espacial pode ser avaliada pedindo-se a um indivíduo que se locomova em um território que não lhe é familiar. A cinestesia seria medida pedindo-lhe que aprenda e execute uma dança. Nós desenvolvemos ambientes de avaliação em diferentes centros para crianças de 5 a 6 anos. Mas, sinceramente, não sou a favor de testes para medir a inteligência. Porque eu não dou a mínima para a inteligência das pessoas. O que vale é se elas podem fazer coisas que nossa cultura valoriza. De que adianta você saber que tem Q.I. de 90 (abaixo da média), ou 110 (acima), ou mesmo se você pode chegar a 120 (brilhante) com algum treino se, no fim das contas, não fizer nada relevante na vida?

ÉPOCA – Quantas inteligências nós temos?
Gardner –
A lista está crescendo. Fizemos uma pesquisa extensa. Examinamos o desenvolvimento das habilidades na criança comum e na superdotada. Depois, a alteração da capacidade cognitiva quando havia lesões cerebrais. Também comparamos crianças prodígios e as autistas com habilidades extraordinárias para algumas tarefas, como decorar nomes ou fazer contas. Concluímos que possuímos vários tipos de habilidades distintas, sendo que apenas duas são valorizadas: a linguística e a lógica matemática. Em 1983, descrevemos sete formas de inteligência que reuni em meu livro sob o nome de teoria das inteligências múltiplas. Recentemente, adicionei uma oitava, a inteligência naturalista (leia sobre ela em epoca.com.br). É a habilidade de classificar, discriminar, reconhecer e usar seus conhecimentos no meio ambiente natural, como fazem caçadores, pescadores, zoólogos e até chefs de cozinha. Agora estamos pensando na inteligência existencial. Seria a propensão de colocar grandes questões filosóficas, tais como “por que morremos?”.

13/01/2010

Novo livro de Howard Gardner aborda as Inteligências Múltiplas ao redor do mundo

Divulgação Artmed

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Capa da obra "Inteligências Múltiplas ao redor do mundo" - Howard Gardner

São Paulo, janeiro de 2010 - Criador da teoria de Múltiplas Inteligências, o psicólogo americano Howard Gardner, professor da Universidade de Harvard, lança no Brasil o livro "Inteligências Múltiplas ao redor do mundo", pela Artmed Editora. Na obra são relatadas as experiências das aplicações de sua teoria em escolas públicas e privadas na Europa, Ásia e América.

Segundo o autor, o objetivo do livro é examinar a forma como as Inteligências Múltiplas foram apreendidas e aplicadas em uma série de países do mundo. Educadores de 15 países contam como utilizaram a teoria proposta por Gardner para a melhoria do ensino. São exemplos como de um professor na Turquia, que redefiniu seu modo de trabalhar depois que a escola adotou a teoria das inteligências múltiplas.

As teorias de Gardner também oferecem um universo rico de questionamentos para pais e educadores que procuram formação diferenciada para as crianças. Na obra, o autor coloca a adaptação das experiências que deram certo e estão evoluindo e também outras que não encontraram caminhos para o desenvolvimento. Os casos analisados apresentam descrição, análise, avaliação e síntese. "As culturas e os contextos educacionais descritos no livro oferecem uma oportunidade única para se obter novas visões sobre como os contextos culturais podem moldar a prática educacional", explica Gardner.

Teoria das Inteligências Múltiplas
Howard Gardner criou a teoria das múltiplas inteligências na década de 80, uma revolução no campo da psicologia cognitiva, pois ultrapassou a noção comum de inteligência.

Para compreender o campo da cognição humana, Gardner considera que é necessário "incluir um conjunto muito mais amplo e mais universal de competências do que comumente se considerou". Dessa forma, o autor define inteligência como "a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais".

As inteligências relacionadas pelo autor são: habilidade em língua (inteligência linguística); lógico-matemáticas; musical, a espacial, a corporal-cinestésica (uso do próprio corpo ou de partes dele para resolver problemas ou fazer algo); a interpessoal (entendimento dos outros); intrapessoal (entendimento de si mesmo); a naturalista; e a existencial (a que gera e tenta responder às maiores perguntas sobre natureza e preocupações humanas).

Serviço
Inteligências múltiplas ao redor do mundo
Autores:
Howard Gardner, Jie-Qi Chen, Seana Moran & Colaboradores
Formato: 16x23
Páginas: 432
Preço: R$ 68,00

Sobre os autores
Howard Gardner (org.) - É Hobbs. Professor de cognição e Educação na Escola de Pós-Graduação em Educação de Harvard. É autor de mais de 20 livros traduzidos para 27 línguas. Gardner também exerce os cargos de professor adjunto de psicologia na Universidade de Harvard e diretor sênior do Projeto Zero, na mesma instituição.

Jie-Qi Chen (org.) - É professora de desenvolvimento infantil e educação de crianças pequenas do Instituto Erikson, em Chicago.

Seana Moran (org.) - É pesquisadora associada no Stanford Center on Adolescence.

Público-alvo

Educadores, professores, gestores educacionais, psicólogos e psicopedagogos.

Diferenciais
. Os autores preparam o caminho para a investigação das várias maneiras de se aplicar a teoria das IM em ambientes educacionais ao redor do mundo;
. Apresentam uma compreensão nova e mais completa da teoria;
. Exemplos de estudos de caso e baseados em evidência em todos os continentes.

Outros livros de Howard Gardner publicados no Brasil
. Cinco mentes para o futuro
. Inteligências múltiplas: a teoria na prática
. Mentes que mudam: a arte e a ciência de mudar as nossas idéias e as dos outros
. Projeto Spectrum: a teoria das inteligências múltiplas na educação infantil - V.1 - Utilizando as competências das crianças; V.2 - Atividades iniciais de aprendizagem; V.3 - Avaliação em educação infantil
. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas
. Inteligência: múltiplas perspectivas

Sobre a Artmed Editora

A Artmed Editora é responsável pela publicação, em português, de livros acadêmicos e profissionais nas áreas de ciências biológicas e ciências humanas, por meio do selo Artmed, e nas áreas de ciências exatas e ciências sociais aplicadas, com o selo Bookman. Atualmente possui cerca de 1.300 títulos em catálogo com conteúdo referendado pelos mais renomados autores brasileiros e internacionais, respeitando o mais alto padrão de qualidade editorial. A empresa mantém parcerias com os mais renomados grupos editorias internacionais e com as mais importantes instituições cientificas brasileiras. Sediada em Porto Alegre, a distribuição ágil e competente das publicações da Artmed em todo o território brasileiro e em Portugal é garantida por uma ampla rede de filiais e de representantes/operadores logísticos em quase todas as regiões do país, inclusive nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Ceará e Distrito Federal.

A parceria é uma das primeiras realizadas pela Artmed com o objetivo de tornar-se uma das principais consolidadoras do mercado editorial brasileiro. A meta da empresa brasileira é investir até R$ 50 milhões em aquisições e associações nos próximos cinco anos. Esse investimento será realizado com capital próprio, somado a valor aportado pelo BNDESPar, empresa de participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assumiu recentemente a participação de 10% no capital social da companhia.

Acompanhe a Artmed no Twitter: www.twitter.com/artmededitora

INFORMAÇÕES PARA IMPRENSA
Empresa:
Artmed Editora
Site: www.artmed.com.br
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